A Democracia Burguesa e a Ditadura da Classe Capitalista




    A burguesia apresenta a democracia como sendo de todos os brasileiros. Diante do regime democrático, capitalista, operários, camponeses, e classe média comparecem como iguais, é como se desaparecesse o explorador e o explorado, o rico e o pobre, o faminto e o farto. Trata-se da falsificação da realidade. A democracia se assenta na propriedade dos meios de produção e na exploração do trabalho. Eis porque é um meio pelo qual a burguesia exerce sua ditadura de classe sobre os explorados. A única manifestação da maioria é nas eleições. De quatro em quatro anos, o Estado burguês convoca os brasileiros na "escolha" de quem deve governá-los escolhendo os candidatos entre as listas lançadas pelos partidos patronais. 
    Passadas as eleições, o novo governo e os parlamentares se sujeitam as disputas interburguesas e os trabalhadores continuam servindo de força de trabalho. Os explorados elegem os governos e os parlamentares, mas não tem poder algum sobre eles. A relação entre governantes e governados é de opressão de classe. Para assegurar a governabilidade e proteger a ditadura de classe, o Estado conta com as Forças Armadas, a polícia e a justiça. As instituições ensinam que as Forças Armadas são protetoras da Nação em caso de ameaça externa à sua soberania. No entanto sua função é mais ampla: servem de guardiãs da ditadura de Classe da burguesia, e , portanto dos governos e da democracia. Em torno dela giram as demais instituições do Estado.
    Observa-se que os governos são pressionados constantemente a aumentar a capacidade da polícia. A tropa de choque é um aparato especializado destinado a conter as greves, revoltas e levantes das massas. Os explorados quando elegem os governos e os parlamentares da burguesia servem involuntariamente à ditadura de classes dos seus exploradores. 
    Não há possibilidade de um partido que governa pra a burguesia fazer grandes reformas em favor dos camponeses, dos indígenas, dos sem-teto, dos desempregados e famintos. O capitalismo decadente, a burguesia nacional e o imperialismo não permitem a constituição de um governo que resguarde os interesses nacionais e assuma a responsabilidade de resolver os grandes problemas sociais e executar a reforma agrária, a erradicação da pobreza e a elevação cultural das massas.
    Os partidos que assumem o poder estão comprometidos com a manutenção do capitalismo com a continuidade da exploração do trabalho e com o ordenamento internacional ditado pelo domínio imperialista sobre as nações oprimidas. Assim, é possível concluir que não há como fazer desta democracia um meio de transformação real. A experiência comprova que nenhum desses governos dentro do sistema econômico vigente é capaz de acabar com a desigualdade, a fome e a miséria. Nenhum deles se colocará do lado dos camponeses e dos povos tradicionais contra a oligarquia agrária e as multinacionais da agroindústria.
    Os governos mais democráticos e populares são acossados pela oposição que conta com a ajuda dos banqueiros, industriais, latifundiários, juízes, funcionários de alto escalão e quase toda a imprensa. Os escândalos de corrupção colocam de "joelhos" os partidos políticos de forma geral, sendo que independente de quem vença as eleições a crise inevitável levará o novo governo a adaptar a política econômica às novas exigências do grande capital e acabar com o aumento do salário mínimo, limitar os gastos com o assistencialismo social, retomar as reformas antipopulares, economizar para pagar a dívida pública e abrir ainda mais a economia para as transações das multinacionais e do capitalismo financeiro.

(Retirado do Desfragmentador)


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