Não podemos esquecer da verdadeira função do
dinheiro. Agilizar as trocas e ter uma forma de
medi-las é razão pelo qual foi criado. O dinheiro acabou sendo convertido num
bem em si mesmo e deixou de refletir simplesmente as trocas
de produtos e converteu-se em uma mercadoria a mais, como se fossem qualquer produto.
O dinheiro
pode ser armazenado e pode ser emprestado em troca de mais dinheiro e com os juros os que tem mais, tenham sempre mais, e os que nada possuem tenham que endividar-se para ter.
Conduz-se a iniquidade e a barbárie da competição, junto aparece a especulação financeira que somente movimenta dinheiro,
sem que este crie em sua trajetória nenhum tipo de riqueza tangível.
As moedas sociais, por outro lado, tem uma
natureza muito diferente que impede esta degeneração: não permitem o acúmulo, pois não existem os juros nem a especulação. Somente refletem o trabalho que alguém
faz e do que adquire deste trabalho; os compromissos que alguém obtém e devolve
à comunidade. Nada mais. Para muitos pode não parecer atraente comercializar
sem dinheiro.
Pode parecer estranho o conceito de economia proposta pelas redes de trocas, pois trabalhar em troca de um crédito que não precisa ser pago, num sistema onde não tem moedas nem dinheiro "de verdade" julgamos absurdo.
Criar feiras livres independentes para o escambo de produtos e trabalhos variados. Da mesma maneira optar sempre pelas fontes de energia renovável, livrar-se das teias dos exploradores, ato transformador e radical,
revolucionário, que retoma algo tão antigo como o próprio ser humano: a troca justa a qual sistematiza e se organiza num modelo estável de economia,
alternativo, independente e até complementar da economia oficial.
(Manual das Redes de Trocas)
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